Para que o ganho em eficiência faça valer o investimento na plataforma em nuvem, a análise dos benefícios deve envolver diferentes frentes do negócio

Por Eliane Vaszkievicz

Trata-se de um dos setores que mais avançam e que tem ganhado cada vez mais espaço no mercado, por causa da crescente digitalização que surgiu como resultado do isolamento social imposto pela pandemia e por outras demandas de negócios.

Essas barreiras, que aparecem em alegações como “a nuvem é uma solução cara” ou “cloud computing só é adequada para empresas de grande porte”, são construídas com base em análises equivocadas, pois nem sempre os benefícios alcançados pela adoção dos serviços em nuvem podem ser avaliados de maneira simplista e imediata. Por exemplo, no cenário atual, em que as palavras-chave são “redução de custos” e “otimização de processos”, a digitalização é o melhor caminho para alcançar esses objetivos.

Contudo, para que o ganho em eficiência faça valer o investimento na plataforma em nuvem, a análise dos benefícios deve envolver diferentes frentes do negócio, alisando o aumento da segurança, agilidade nos processos, foco da equipe no core da empresa, até a vantagem da elasticidade do ambiente, por exemplo.

Isso ocorre, pois, se olharmos puramente para o custo do hardware, em comparação ao custo de uma plataforma em nuvem, a conta parece não fechar. Mas vale ressaltar que os benefícios aparecem no médio e longo prazo, como resultado de ter uma estrutura ativa 24/7, pelo suporte em tempo real para qualquer desafio encontrado, pela certeza do gerenciamento da aplicação por um time especializado, pela disponibilidade e segurança do ambiente, e pela escalabilidade, que permite que a jornada de transformação se adapte de acordo com as demandas da empresa.

Todos esses fatores culminam para que os esforços da operação saiam de tarefas processuais e sejam direcionados a atividades mais estratégicas, aderentes aos objetivos de negócio da companhia. Com isso, é possível alcançar mais produtividade e eficiência, melhorar o atendimento ao cliente e garantir  agilidade e assertividade nas tomadas de decisão, o que torna a empresa mais preparada e agrega diferenciais que a destacam no mercado.

A partir daí, a cadeia de valores é impulsionada e, mesmo sem alterar a equipe ou a estrutura das operações, é possível oferecer soluções e serviços mais lucrativos.

Além da questão dos custos, outro ponto que ainda se apresenta como uma resistência para o avanço da digitalização é o receio das empresas menores de não ter o potencial necessário para contratar um serviço em nuvem.

Nesse sentido, devemos considerar que, na economia digital, toda empresa é uma empresa de tecnologia, e o mercado apresenta ofertas que se adaptam a todos os nichos de negócio. Por isso, é preciso desmistificar essa glamourização da nuvem, que a coloca como um ativo distante da realidade das companhias brasileiras.

Na verdade, as principais características da infraestrutura em cloud são a flexibilidade e a escalabilidade, que permitem que a adoção dos serviços ocorra sob demanda e de maneira personalizada para diferentes operações e setores de atuação das empresas. Ou seja, é possível começar pequeno e escalar o uso de serviços, de acordo com o crescimento das demandas. Para isso, contar com um parceiro especialista em cloud é essencial.

Tomemos como exemplo uma empresa que precisa estabelecer um ambiente de disaster recovery (redundância): em uma operação on premise, seria necessário contratar um servidor duplicado, onerando em duas vezes o custo do hardware; já com a infraestrutura digitalizada, é possível colocar o segundo servidor em operação sem a necessidade de duplicar o hardware, por meio do pagamento da infraestrutura como serviço (infrastructure as a service – IaaS).

Nesse mesmo exemplo, a partir desse primeiro passo, é possível programar a evolução do ambiente com base em uma metodologia de consultoria, implementação, migração e sustentação (CIMS) da plataforma, dedicada a estabelecer um planejamento aderente às demandas de negócio, elencando as principais ferramentas e estratégias, para que a migração das soluções contemple o melhor modelo.

Para isso, são definidos indicadores de sucesso e performance, que guiam o gerenciamento do ambiente até a última etapa da jornada, na qual as empresas já estão maduras e demandam monitoria, planejamento e insights para a melhoria contínua da solução.

Nesse processo, entre os principais benefícios da migração para a nuvem, podemos destacar: segurança da informação por meio de criptografia; gerenciamento e monitoramento dos dados com base na expertise da consultoria para sugestões de melhoria de processos; provisionamento e alocação automáticos de recursos; e alta disponibilidade do ambiente. São recursos que  agregam valores ao negócio além do lucro monetário, redirecionando o modelo operacional para uma estratégia focada em eficiência.

Assim, se avaliarmos o cenário atual, teremos exemplos práticos dos benefícios mencionados e, com as transformações de negócio demandadas por causa da nova ordem estabelecida pela pandemia, temos a certeza de que a procura de serviços digitais só deve crescer ao longo dos próximos anos.

Por isso, investir em digitalização e tecnologias modernas deixa de ser apenas um diferencial competitivo e se transforma em uma medida essencial para acompanhar e estar preparado para a retomada econômica, somada às exigências do futuro. Estar à frente desse processo é o que vai garantir a prosperidade dos negócios.

*Eliane Vaszkievicz é executiva de negócios da Mandic Cloud Solutions.

 

Disponível em: https://computerworld.com.br/inovacao/como-a-computacao-em-nuvem-pode-otimizar-a-evolucao-dos-negocios-no-cenario-atual/